O PATHOS
BRASILEIRO
* Marcos Antônio
Macêdo Muniz
A liberdade democrática
é uma das conquistas mais excelentes da vida política. Ninguém, exceto os
amantes da tirania, ousaria dizer que não gosta da livre expressão, da
mobilidade, da vivência dos credos e do exercício crítico da cidadania como
efetiva participação em seu país e no mundo.
Um povo pode até passar
dificuldades, viver desigualdades e experimentar dores em suas entranhas; pode
suportar muitas contingências e toda sorte de contradições, pode até mesmo
sacrificar-se para salvar uma nação, quase tudo pode suportar, menos perder sua
liberdade. Afinal, a liberdade é a dimensão que possibilita os homens, como
seres históricos, a lutarem para superar suas menores e maiores necessidades. Sobre
a liberdade, Kierkegaard, Sartre e outros pensadores, afirmaram em seus
escritos, ser ela a possibilidade que nos permite escolher e escolher, entre
várias alternativas.
Nos últimos dias, os
jovens, em especial, mas também adultos e idosos movimentaram, de forma
espetacular e emocionante, as ruas e praças do Brasil, de São Luís a São Paulo,
para evidenciar as gangrenas brasileiras e, em tom brasileiro, de forma
comovente, reivindicar soluções para estes problemas históricos.
A expressão em massa
nos mais diversos pontos do país revelaram e revelam as mudanças que precisam
ser efetivadas. Na pauta constavam e ainda constam tópicos como: contra
corrupção, melhoria considerável do ensino público, contra PEC 37, melhoria nos
transportes, na saúde, reforma política e outras bandeiras de lutas. A geração
que estava recolhida dos movimentos sociais e da política, a geração que
aparentava apatia e desinteresse causou uma surpresa dando um golpe na lógica
da necessidade moderna.
Contrariando as análises acadêmicas de cunho racionalista e cientificista, os jovens voltaram às ruas surpreendendo, não somente o governo, mas outros segmentos da sociedade. Num instante, aquele êxtase, como diz Kierkegaard, quando no horizonte das múltiplas possibilidades, “o tempo tange a eternidade e a eternidade visita o tempo num phatos social extraordinário”. Aconteceu e está acontecendo a maior expressão política, o maior clamor com efeito cascata que já aconteceu no Brasil. “Verás que um filho teu não foge à luta”, trecho do Hino Nacional Brasileiro pulsando no coração dos jovens.
Contrariando as análises acadêmicas de cunho racionalista e cientificista, os jovens voltaram às ruas surpreendendo, não somente o governo, mas outros segmentos da sociedade. Num instante, aquele êxtase, como diz Kierkegaard, quando no horizonte das múltiplas possibilidades, “o tempo tange a eternidade e a eternidade visita o tempo num phatos social extraordinário”. Aconteceu e está acontecendo a maior expressão política, o maior clamor com efeito cascata que já aconteceu no Brasil. “Verás que um filho teu não foge à luta”, trecho do Hino Nacional Brasileiro pulsando no coração dos jovens.
Essa comoção política,
essas atitudes transformadoras, mostram, como diz Marx, nosso caráter de
“sujeitos da História”, agentes transformadores, cidadãos em efetivos
exercícios políticos por uma sociedade emancipada. As ondas recolhem-se depois
de espraiar nas margens das praias e espraiam novamente após dobrarem-se para
novos avanços. Esse movimento existirá enquanto existir História.
Muito embora essas
movimentações sociais reluzam os anseios justos dos brasileiros, muito embora o
dinamismo das diversas expressões contra um conjunto de “velhacarias” venham
com força desobstruir práticas viciadas e cretinas, é preciso estar vigilante
contra as atividades vândalas e sociopatas que penetram no movimento
colocando em perigo nossas liberdades e o desenvolvimento da consolidação
democrática no país.
VIVA
O MOVIMENTO DE LUTA DOS BRASILEIROS; FORA AS MANOBRAS
REACIONÁRIAS DA REDE GLOBO.
A Rede Globo não
mostrou, não deu destaque, por exemplo, ao movimento grevista de mais de três
meses de luta dos professores, alunos e técnicos administrativos ocorridos em
todas as Universidades e Institutos Federais de Educação Tecnológicas em 2011/2012,
respectivamente. Porquê? Fora este movimento de luta, outros tantos estiveram
longe das telas sem destaque ou, quando muito, apenas lances tênues de
filmagens sem maiores repercussões. Quando os holofotes da Globo miram
insistentemente nas lutas sociais é preciso, no mínimo, desconfiar. Dificilmente
será uma postura por sentimentos substancialmente democráticos ou por
valorização das lutas dos trabalhadores contra situações anti-burguesas. Com a
mesma vigilância, é preciso proceder em relação as diarreias ocorridas no
grandioso movimento social. Grupos infiltrados, personagens mascaradas e outros
agentes com rostos velados vão se aproveitando das marchas para gerarem desarranjos
na contramão dos verdadeiros propósitos dos manifestantes pacíficos.
Exatamente aí que moram as ameaças à democracia. Para fundamentar esta tesa
exemplifica-se o fato das queimas de bandeiras de Partidos Políticos durante os
cortejos. A democracia é feita por manifestações de toda ordem, desde às
minorias às maiorias, dos estamentos às classes sociais, das categorias simples
às mais complexas, dos gêneros, dos negros, das domésticas, enfim de todos os
cidadãos. Incluir é uma das palavras de ordem ética e excluir é discriminatório
e antiético. Exceder-se com este comportamento é cultuar, ainda que
inconscientemente, o fascismo.
Além de tudo, abrem-se as portas para essas forças antidemocráticas se instalarem e agirem, muitas vezes de forma vândala, para passar a imagem de que o caos impera no país. Como bem diz Platão, na República, “a tirania se instala quando a licença exagerada decompõe a democracia”, não é à-toa que nas redes sociais algumas pessoas emitem palavras de ordem pela instauração da ordem e outras vezes pelo retorno do Regime Militar. Diga-se de passagem, as ditaduras tem outros modos de se instalar no poder para conter os passos avançado do Gigante rumo a excelência mundial, reimplantando seu rotineiro entreguismo e nutrição de práticas degenerativas ou corruptas de alas burguesas decadentes.
Além de tudo, abrem-se as portas para essas forças antidemocráticas se instalarem e agirem, muitas vezes de forma vândala, para passar a imagem de que o caos impera no país. Como bem diz Platão, na República, “a tirania se instala quando a licença exagerada decompõe a democracia”, não é à-toa que nas redes sociais algumas pessoas emitem palavras de ordem pela instauração da ordem e outras vezes pelo retorno do Regime Militar. Diga-se de passagem, as ditaduras tem outros modos de se instalar no poder para conter os passos avançado do Gigante rumo a excelência mundial, reimplantando seu rotineiro entreguismo e nutrição de práticas degenerativas ou corruptas de alas burguesas decadentes.
Para ser mais sintético
se faz necessário dizer que é fundamental avançar com a pauta nacional
estabelecendo os canais para encaminhamento sem, contudo, renunciar às
pressões, claro! Todavia, é importante armar uma barreira para que grupos
fascistas e oportunistas não coloquem a democracia em risco.
VAMOS
CONTINUAR A LUTA, VAMOS AVANÇAR!
*
Profº Ms. de Filosofia Política da UFMA e IFMA.
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