Bulcão, o secretário
trapalhão
Marcelo Cheche Galves
O Secretário da Cultura do Estado do Maranhão, Luís Bulcão (o
mesmo da reforma da Biblioteca Benedito Leite...) protagonizou no último dia 27
de janeiro um episódio digno de sua atuação à frente da pasta.
Circulando pela Praia Grande, o secretário ouviu as
manifestações de alunos e professores do curso de História da Universidade
Estadual do Maranhão, que bradavam ao microfone contra a sua incapacidade
administrativa. Explico. O secretário Bulcão cedeu, sem ter poder para tanto,
as ruínas localizadas na Rua da Estrela, nº 309, para o IPHAN, que por sua vez,
transferiu a cessão para a construção de um centro de preservação do Tambor de
Crioula.
Ocorre que, ao mesmo tempo, a Universidade Estadual do
Maranhão solicitou a cessão das ruínas para abrigar um anexo do Curso de
História, que funcionará no prédio ao lado, nº 329 (a inauguração está prevista
para junho de 2012). Pelos trâmites legais, a solicitação foi feita à
Secretaria de Planejamento em março de 2009 e o resultado, positivo, foi
publicado pelo Diário Oficial do Estado do Maranhão de 14 de dezembro de 2011.
Desrespeitando princípios básicos sobre a legislação referente
à cessão de bens tombados, o secretário Bulcão arrogou-se o direito de fazê-lo.
Resultado: o mesmo Estado expediu duas cessões: uma oficial, para a UEMA, outra
extra-oficial, para o IPHAN/Tambor de Crioula.
No último dia 27, o IPHAN convocou autoridades para o
lançamento da pedra fundamental da obra. Constrangidos com a manifesta
irregularidade, os secretários de Estado não apareceram. O Ministro do Turismo,
Gastão Vieira, também não apareceu, nem mandou representante. Apenas Luís
Bulcão circulava entre os convidados, no melhor estilo: Quem pariu Mateus, que
embale.
Incomodado com os gritos pedindo a apresentação do documento
da cessão oficial do prédio, Bulcão tentou passar anônimo entre os
manifestantes. Identificado e convidado a utilizar o microfone, esquivou-se.
Talvez Bulcão esteja agora pensando numa saída para o
imbróglio que provocou. Saída? Está aí uma boa sugestão: sua saída do cargo. É
aguardar.