sexta-feira, 20 de julho de 2012

Sangue Branco

(Patrícia Luzio e Henrique Borralho)


E o sangue
vem de mim
na lembrança daquela linda figura
branca branca
atrás da janela

Um sorriso estampando
algo indizível
que queria tanto existir
que pequenas letras
se formavam
na umidade da janela

O sangue:
a verve paladina
o correr nas veias
trazendo em cada tecido do corpo
o ter sido
o existido
o sentido

O sangue
carrega as lembranças
o refazer da memória
o oxigênio da metamorfose

Memória que não descansa
que sempre recorre
e acode
nos sonhos impedidos
de acontecerem

Mesmo assim
lá está ela
colada à janela

O olhar
a memória
buscando algo:
talvez um outro?





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